Quinto Arcano
Luz de hierofante
Conduz-me aos teus castanhos
Olhos da maturidade, que refrigera
meu horizonte esverdeado
revelando a ponte que nos liga
com a quintessência da iluminação
És o quinto arcano
A sombra prateada, larga e macia
Que habita meus pensamentos, hoje
O mediador da paz curativa
Que destila o elemento alquímico na terra
Acariciou minha alma cansada
Emanando a força sutil
que cristalizou corpo e espírito
equilíbrio das incertezas
pela dor...um verdadeiro amor
Não sustentaremos esse sentimento...
apenas com versos e névoas de ilusão
as letras de sangue estão coaguladas
atrofiaram-se os rituais de imposição
de um passado insípido
A certeza da descoberta
A suavidade instalou-se
no tempo presente
nas mais puras emoções
desabrochadas naquele instante atemporal
Meu nome refletido em teus olhos
Caminha pelas tuas mãos
Percorre teus longos dedos, tua ação
Teu nome desliza em minhas veias
Queimando de emoção
Mãos de hierofante falando mais que
mil palavras do tolo passado
Não preciso mais fechar os olhos
para sonhar... encontrei a direção
Com a cura, os sofrimentos sucumbiram
Os grilhões arrebentaram pelo divino aborto
A morte de um pretérito imperfeito
composto de períodos de mentiras
Percebo a felicidade na simplicidade
No hierofante , meu quinto arcano
Depois de uma forte dor,
de desespero e escuridão
Chega o alívio inesperado
Compreendo que a cruz que carreguei
tratava-se de uma antena cósmica
que iria me conectar com a verdadeira cura
A presença de um quinto arcano...
Taís Mariano - 2013/2014
ARTESÃ DAS LETRAS NAS BRUMAS
POESIAS PROSA CONTOS
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Sombras, a noite é perpétua
Ando tão cheia de sombras
São tantas ,são minhas vidas nessa vida
Sinto-me tão cortada, desconfiada
A sós no dia, a noite é o dia, embaraços ...
Escutando a voz do trovão
Totalmente sem rumo, sem mágoas
Com palmas e lírios para ofertar, um dia
Sem a fé cega que amortece e acalma
a andar arrastando os pés,
a correr no trilho enferrujado da desilusão
E a roda está a girar desovando almas
Altos e baixos do existir, estilhaços
Exatas pessoas que me sufocam, são tantas
Tão próxima estou das verdades vitimadas
já vou subindo, sem saber o que virá
escadas estranhas, irônico contrário
desconheço o propósito disso tudo
não marco meus atos, meus passos passaram
desamarro as sandálias novas, adeus
a terra está fria, refrescante
há fumaça nas folhas...verdes
será o início ou o fim
a decisão será do sol ou da chuva?
a noite ( dia) é perpétua
talvez o tempo tenha parado um pouco
ou eu tenha estancado a esperança
Ando tão cheia...
Sombras, a noite é perpétua
As marcas ficaram no chão
No breu das fumaças
Estilhaços do existir
Sombras passarão...
Roda a girar... noite(dia)
Cheia de sombras
A noite é...o dia
sombra perpétua
18/04/2014
Ando tão cheia de sombras
São tantas ,são minhas vidas nessa vida
Sinto-me tão cortada, desconfiada
A sós no dia, a noite é o dia, embaraços ...
Escutando a voz do trovão
Totalmente sem rumo, sem mágoas
Com palmas e lírios para ofertar, um dia
Sem a fé cega que amortece e acalma
a andar arrastando os pés,
a correr no trilho enferrujado da desilusão
E a roda está a girar desovando almas
Altos e baixos do existir, estilhaços
Exatas pessoas que me sufocam, são tantas
Tão próxima estou das verdades vitimadas
já vou subindo, sem saber o que virá
escadas estranhas, irônico contrário
desconheço o propósito disso tudo
não marco meus atos, meus passos passaram
desamarro as sandálias novas, adeus
a terra está fria, refrescante
há fumaça nas folhas...verdes
será o início ou o fim
a decisão será do sol ou da chuva?
a noite ( dia) é perpétua
talvez o tempo tenha parado um pouco
ou eu tenha estancado a esperança
Ando tão cheia...
Sombras, a noite é perpétua
As marcas ficaram no chão
No breu das fumaças
Estilhaços do existir
Sombras passarão...
Roda a girar... noite(dia)
Cheia de sombras
A noite é...o dia
sombra perpétua
18/04/2014
domingo, 4 de agosto de 2013
Reticências de agosto . . .
Visões que se desdobram
Num universo de
possibilidades
Brumas sublimadas vão tomando formas
Espelhos de um
passado de raízes
(des)embaçando-se
em compreensão
Realidades submersas ,
amadurecidas pelos calendários
A emergir ...com o
avançar dos anos
Construção oculta e lenta
Fusão dos dois mundos
Ciência e
espiritualidade
Linhas que se encontram , agora
Presente e futuro nas telas e nos desenhos,
Aquarelas do caminhar
...
Desfechos (in)
esperados ou não...
Teias tecidas com sentimentos e luz
No infinito mundo
das reticências,
de um misterioso agosto
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
letra perdida
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Letra perdida
Procuro no alto algo que está no chão Todas as horas atropeladas por pensamentos que só a ti pertencem o vento faz a terra subir turvando minha visão,tristeza O que é uma existência para quem possui a eternidade? Na morte a esperança o silêncio paira sobre o oceano meus passos são cinzas lentos...flutuantes depois do vácuo,o clarão encontro a letra perdida Publicado no site: O Melhor da Web em 08/01/2013 Código do Texto: 100720 |
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Sono de dezembro I e II ( 2011/2012 )
SONO DE DEZEMBRO I . . .
Alamedas escuras ruas turvas cobertas de areia lavadas de suor pálido medo prédios inacabados...anêmicos minh’alma errante não quer descansar caminha tateando os cordões e muros escuridão sem destino clarão no céu lua cheia invade a noite reflexos de luz nas poças d’água farejo teu cheiro no ar... forte maresia almiscaradas madeiras aproximo-me da tua janela entreaberta para as brisas aqui fora...o silêncio,as brumas te descubro...entorpecido pelos sonhos... adormecido entre os lençóis cremosos madrugada desperta nuvens preguiçosas encobrem o céu penumbra ... espio teu sono...profundo embalado pela suavidade... do vento que desperta minha sombra nos pilares acinzentados, sussurra que é hora de partir o tempo passou depressa o sol já vai nascer.. Publicado no site: O Melhor da Web em 15/12/2011 Código do Texto: 86397
Sono de dezembro II
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quarta-feira, 15 de agosto de 2012
. . . A c a l a n t o . . .
Adormece menino grande
nos braços leves da brisa
que leva embora teu cansaço
e um acabrunhado sentimento
o oceano carrega tuas tristezas
Adormece menino grande
no balanço da grande rede
azulada de franjas brancas
como o céu e as nuvens
na calmaria de um dia
tecido por mim
Adormece menino grande
acalma teu coração de marfim
não há mais inverno
apenas o sussurro da passarada
Adormece menino grande
no colo da saudade
pois a maré já vem subindo
e o repuxo leva toda tua dor
Adormece menino grande
com o som do meu acalanto
repousa teu pensar
nos travesseiros de algodão
das suaves ondas do mar
Publicado no site: O Melhor da Web em 03/08/2012
sábado, 23 de junho de 2012
Um velho farol
Passam os dias e as semanas escorrem entre meus dedos, só vejo os pássaros e os peixes,o sol, a lua,o vento e a chuva.
Entra ano e sai ano e eu aqui no farol, resistindo ao tempo e a solidão.
Isolamento e introspecção, meu monólogo no farol não tem fim.
Ao entardecer,com o passar dos minutos o sol vai se escondendo e a paisagem fica bucólica. Ao anoitecer o farol é acesso, a forte luz que sai dele orienta alguns navegantes que por aqui cruzam.
A monotonia toma conta do ambiente, visitas aqui são raras, principalmente no fim do outono e chegada do inverno...amanhece...escurece....amanhece...
Há dias,principalmente os nublados e ventosos que ouço vozes,o mar cinza esverdeado mostra-se agitado, então consigo ver muitas sombras nas paredes do velho farol, quantos rostos e pinturas ainda inacabados.
Durante o dia, mesmo com o frio e as brumas, caminho muito, mas o segredo para não cansar é observar a natureza, cantar, pensar, escrever e desenhar, converso com a fauna, a flora e com o farol que um dia me acolheu e me acolhe.
Sobriedade e quietude são imagens do inverno daqui, me acostumei com essa atmosfera de solidão que se desfaz em calma e muita paz.
No verão alguns estrangeiros aportam por aqui, porém permanecem por pouco tempo, pois talvez não suportem a solidão e as vozes das marés à noite, aqui eles não tem muito o que fazer, a não ser observar e compreender a natureza e a si mesmos...
Quando vem a tempestade, o mar assusta e algumas embarcações se perdem e encostam aqui, apenas para tomar um fôlego e logo estão de partida...
O farol não é um porto de embarque e desembarque, mas atrai navegadores e impõe respeito aos que não estão acostumados com a sua altivez, com a bravura do oceano e as vozes da natureza.
Aprendi a meditar lendo e relendo o lento caminhar das tartarugas ou compreendendo o ágil voo das aves daqui, são minhas companhias do dia.
De todos esses anos que estou aqui, posso afirmar que APRENDI A FALAR A LINGUAGEM DOS PÁSSAROS E A SENTIR A REBELDIA DAS ONDAS DO OCEANO.
É quase impossível imaginar, porém, quando cheguei aqui, tinham pessoas me esperando para que eu ocupasse seus lugares e eles pudessem seguir, e outras que vieram ficaram pouco tempo comigo aqui no farol, foram em outros tempos..se se foram, pelo menos tentaram ...
Desde menina conheço o farol, quando no verão às vezes vínhamos de longe eu, meus pais e meus irmãos para uma pequena temporada, e os ventos do destino sopraram e me trouxeram para cá novamente, dessa vez para ficar e entender o farol e tudo que o cerca, então soube ( sempre soube) que eu pertenço a esse lugar e que ele me pertence, e que aqui tem tudo o que eu preciso...Não é comodidade e sim paz de espírito,aqui eu me encontrei .
Velho farol
Tua luz é projetada ao longe
Amortecendo a escuridão
Tua escuridão
Minha escuridão
A escuridão do mundo
O mar furioso
Acoita as tuas paredes
Em noites de tempestade
Ouço teus gritos
Entre fluxos e refluxos
Das ondas prateadas
Quantos naufrágios
Presenciamos
E quantas embarcações
Orientamos a direção
Não tememos o mar
Sabemos que não existe solidão
Que o silêncio tem voz
Aliás muitas vozes...
Ilumina distâncias
Sem temer o desconhecido
Seria o farol um alquimista?
Aprendi com ele a criar luz
E propagá-la ao longe
Arrebatando as trevas
Resgatando corações
Já sem esperanças do viver
Sou luz que navega pelas ondas
Invade as furnas e montes
Pequenos raios viajam
Aquecendo e soprando vida
Surpreendendo sombras esquecidas
Salvando almas...
Foi o farol quem me ensinou...
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