ESTRELA DA MANHÃ
Que as vozes, não me chamem !
O vento é mais forte que as flautas
Não quero parar
O caminho é longo
Vou pular!
vou correr!
Vou voar!
Estou com pressa?
Não interessa.
Tem sol iluminando as águas
Novamente, cheiro de vida
Meus pés se movimentam
É a dança da existência
Ao som das gaivotas
Um renascimento
Vestes amareladas
Flutuam na névoa do abismo
Minha alma desacorrentada
Nas asas dos anjos desliza
Vejo corvos abrigados nas furnas,
Brilha a luz da liberdade
De longe um coração incolor
Guardado na memória do tempo
Que foi?
O mundo ficou mudo !
Ou é uma quietude antes do mergulho
Não ouço as batidas dos tambores
Mãe terra estou nas suas mãos
Acredito no brilho das estrelas
Ainda há limo nas pedras
E creio também naquela águia
Que no meio de dezoito espectros
Conseguiu sobreviver
Não quero parar
Sepultei uma ilusão
A umidade toma conta, dos túmulos
Os ciprestes dos cemitérios me dão adeus
Sigo a estrela da manhã,
Que sempre esteve lá
Esperando a hora...
Sutilmente guiando, os passos
De uma peregrina perdida