Absoluto silêncio
Sem fantasias
Pálpebras fechadas
Cessou o canto
Forte concentração
Perda do encanto
Tristeza oriunda da paixão
Páginas a serem viradas
Frágil coração
Pereceram as alegrias
Os dedos sobre o rosto
Escondem o desgosto
Absoluto silêncio
Nenhum vento,a soprar
Fios de cabelos dourados
Estáticos...
Gelo no mar
Nada a esperar
Só lembranças
Absoluto silêncio
Vazio sem fim
A dor da ferida invisível
Olhos fixos no nada
A escuridão da madrugada
Absoluto silêncio
Apenas a solidão
Razão do lamento
O fim da ilusão
A morte construída
Continua, a vida
Eterna frustração
A fuga, rima perdida
O breu do momento
Tremor violento
Absoluto silêncio
Não já réus para serem julgados
Tampouco há pecados,
a serem perdoados
Somente sentimentos sufocados
Um “porquê” agonizante
a ser crucificado
Sem razão para existir
Chave do momento: fugir
Absoluto silêncio
Olhos fechados,
a tentar entender
Face alva a fingir
o adormecer
O pesadelo do desagrado
O corpo a tremer...
Vem o desespero
Sujeito oculto, indecifrável...
Um vulto
Vôo instável
Precipício
Absoluto silêncio
Respiração ofegante
Ouvidos a escutar o som da noite
Que se arrasta a tropeçar nas horas
Querendo encontrar o dia...
Precisamos arrebentar o barbante
Neste triste instante...
Absoluto silêncio
Publicado no site: O Melhor da Web em 05/03/2010
Código do Texto: 51375
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