domingo, 22 de agosto de 2010

JOGO DE ESPELHOS


JOGO DE ESPELHOS

Foi só um jogo de espelhos

Sem reflexos, nem respostas

Sem ações, muito menos reações

O mar, tão verde, ficou turvo

O amor adormeceu na areia



Queria ver novamente teu veleiro

Nas águas a navegar

No entanto, querido, você ancorou

E eu estou triste a pensar

Acho que a paixão se afogou

Nas ondas do esquecimento



terça-feira, 10 de agosto de 2010

. . . ACORDES DA NOITE . . .



ACORDES DA NOITE

A poesia dorme nas nuvens,



num dia sem sol



Enclausurada no tempo frio



Se espreguiça



Presa no abismo do vazio



Da estação cinzenta



Manhãs de frio



Tardes congeladas



Nublado insistente



Uma cor sem cor



O andar sem rumo



Mãos e luvas



Suplicam pela chegada da noite



Dia escuro



Noite clara



A névoa se alastra



Fumaças oníricas



invadem o horizonte



desce a noite



sem pressa



como descem as cortinas



dos teatros...



levemente maliciosas



Vermelho sedutor



Instintos à espreita



O charme da cantina



Conhaque, vinhos e licores



Velas acesas



Falsos amores



Paixões sem sabor



Cartas sobre a mesa



Espelhos distorcidos



Refletem a vida



Mascarada tristeza



Existência camuflada,



se esconde



Surgem os vapores



Cheios de inspiração



Meus poetas se soltam



Vagam na noite



No azul noite da boemia



As letras brindam, com teimosia



Fantasia e realidade se mesclam



Nos matizes da dança das idéias



Onde os versos nascem,



crescem e cantam ...



são sons de esperança



que na madrugada definham



e ao raiar do dia desaparecem