sábado, 29 de maio de 2010

ESTRELA DA MANHÃ




ESTRELA DA MANHÃ

Que as vozes, não me chamem !

O vento é mais forte que as flautas

Não quero parar

O caminho é longo

Vou pular!

vou correr!

Vou voar!

Estou com pressa?

Não interessa.

Tem sol iluminando as águas

Novamente, cheiro de vida

Meus pés se movimentam

É a dança da existência

Ao som das gaivotas

Um renascimento

Vestes amareladas

Flutuam na névoa do abismo

Minha alma desacorrentada

Nas asas dos anjos desliza

Vejo corvos abrigados nas furnas,



Brilha a luz da liberdade

De longe um coração incolor

Guardado na memória do tempo

Que foi?

O mundo ficou mudo !

Ou é uma quietude antes do mergulho

Não ouço as batidas dos tambores

Mãe terra estou nas suas mãos

Acredito no brilho das estrelas

Ainda há limo nas pedras

E creio também naquela águia

Que no meio de dezoito espectros

Conseguiu sobreviver

Não quero parar

Sepultei uma ilusão

A umidade toma conta, dos túmulos

Os ciprestes dos cemitérios me dão adeus

Sigo a estrela da manhã,

Que sempre esteve lá

Esperando a hora...

Sutilmente guiando, os passos

De uma peregrina perdida

sábado, 22 de maio de 2010

BRUMA LILÁS


BRUMA LILÁS


A bruma lilás, vagarosamente, desce,


sobre as auras enamoradas


um desejo se manifesta e cresce,


entre as almas apaixonadas


Feito letras soltas, que num poema, se tece


Palavras se atraem, como um imã, no éter, no ar


Notas musicais, unem-se para compor a canção


num compasso dos que querem amar


vem da terna criação


do som das ondas no mar






A bruma lilás é luz de magia


desliza como inspiração


descortina a noite, em fantasia


liberta os seres da solidão


é um belo sonho, uma alquimia


nela dançam as bailarinas


no firmamento, na constelação


as estrelas são muitas lamparinas


A bruma lilás é poesia






A bruma lilás, tem cheiros, sim


de um campo vasto de flores: lavanda,


cravo, hortênsia, violeta e jasmim


misturando-se ao doce sabor das maçãs


chega à tardinha, se instala na varanda


aromas ao vento, da esperança


uma perfumada lembrança






A bruma lilás tem som,


embala num suave tom


escuta-se ao longe, a leveza dos violinos


e ao nascer do sol, muitos anjos


alegres a tocarem seus sinos


no mistério da chama da transformação


Virtudes do amor puro de um coração

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PARA NÃO MAIS ACORDAR . . .


PARA NÃO MAIS ACORDAR...



Em absoluta desesperança


Danço com meus fantasmas


Numa insana entrega


Até cair a máscara da noite?


Nem eu mesma sei


Desço a beira de um mar furioso


Ouço mais forte o barulho de suas ondas


Elas protestam, espumando em desespero


O som do vento é fúnebre


Meu coração se soltou do peito


Está a definhar, até a última batida


Velho coração angustiado, cansado


Deixo que esse coração teimoso se vá


Como o último navegante sem bússola


Numa noite sem fim


O breu da paisagem, me chama:


Vem sombra, vem para mim,


Triste como esta noite sem lua


O poema que nunca pôde nascer


Viveu no breu de uma falsa esperança


De perto, a escuridão não para de me observar


Olhos frios, caminhos sem direção


Um barco que não aporta em lugar algum


Minha dança se finda


O mar avança, sem piedade


Deito-me na areia gelada


Vou adormecer o sentimento, para sempre,


Para não mais acordar


Me abandono, na dor desse abandono



sábado, 15 de maio de 2010

MEMÓRIAS DA EVOLUÇÃO


MEMÓRIAS DA EVOLUÇÃO

Se as montanhas pudessem gritar



Ouviríamos narrações de antigas histórias



Elas preferem o pacto do silêncio,



a revelar certas memórias



O gemido dos morros são sutis



Desejos antigos soltos aos ventos



São os ecos de nossos ancestrais



Permanecem à sombra das árvores altivas



Obstinados e irascíveis, aqueles homens,



Que construíram seu mundo distinto



Lutaram também, contra o frio e a dor



A cor verde de seus escudos,



misturava-se ao sangue,



corpos caídos nas relvas, à meia-noite



Desbravadores isentos de solidão



Conviviam com seus fantasmas



Acostumaram-se com seus uivos



Lobos de uma província cheia de grilhões



Das batidas de seus corações silenciosos



Surgiram as melodias das exceções



São gotas de chuvas que nunca secaram

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