domingo, 25 de julho de 2010

SUSPIROS DOS POETAS .. ..



SUSPIROS DOS POETAS

A poesia nasce dos suspiros
As palavras refrescam e fervem
e nunca evaporam...
A mente desperta,ansiosa
Quando a paixão inspira,
a natureza se traduz em letras
Vidas transformadas pela poesia,
leves plumas a flutuar
Chuvas de palavras,
ondas de ideias,a borbulhar
O prazer de escrever,
uma taça cheia que nunca transborda
Cheiros adocicados,campos de margaridas
Caminhos na areia,entre as brumas
Canções escondidas
A poesia vem da alma
Alma exposta,em rebeldia
Misto sabor de cereja com canela
Anil,anis,estrelas do desejo
Encontros e desencontros,
um imenso beijo molhado,
perfeito tempero salgado
Mar vermelho,olhar parado
Mel do pecado
Num piscar de olhos,
as longas distâncias são vencidas
Vibram as energias,em súplicas
Vem das profundezas da imaginação
Desenhos de um céu exagerado
Devaneios dos lagos azulados
Campos de violetas,estradas floridas
O dom de aquecer o coração
As letras miúdas,escondidas
Formação de versos sem culpas nem medos
Estrofes revelam a força e as formas...
do vento e da liberdade
A poesia expressa sonhos e segredos
Eternas saudades
Luz que ilumina noites escuras
do desprezo e da impiedade
A poesia não tem hora para chegar
Muito menos se sabe quando vai partir
Amores perdidos na poeira do tempo
Poetas do sol,poetas da lua
Resgatados no sonho do lirismo poético
são alquimistas da poesia infinita!



Imagem – Google Imagens

sábado, 17 de julho de 2010

ESTAÇÃO DE CRISTAL


ESTAÇÃO DE CRISTAL

 

Há marcas, múltiplas marcas
Sim, a serra conta estórias
Numa longa estrada,
Pintada de verde musgo e marrom
Trilhas abertas, sulcos profundos...
O peso de minhas botas
Andarilha dessa Terra
As velhas araucárias me conhecem
Não há segredos entre nós
Fujo da cidade
Parto em retiro, simples forasteira
Dou adeus a uma realidade
Aspiro o cheiro puro das montanhas
Há um mundo incomum, aqui
A natureza, inspirada, emerge
Com grandiosidade,
Repleta de luzes
Estação de cristal
Lá vou eu, peregrina errante
Atravessando as névoas do passado
Ao meu alcance, outras dimensões
Morros de esmeraldas,
crivados de pérolas e safiras
Céu coberto de seda, pálido
Olhos no céu, seus olhos
Senhor de um novo tempo
Caminhos ao redor do lago
Lago de cristal
Estação de cristal
Sublime cálice do amor
Transborda e transforma
Vibro, ainda vivo!
Sons de vozes e risos...
Sons de um córrego
Pedras de quartzos, coloridas
Dois pássaros, eternos, etéreos
Serra, cerração, meu coração
Seu coração, duas melodias
Não há noite de inverno
Há o frio da estação
Estação de cristal

 



“Dificile est longum súbito deponere amorem”



























terça-feira, 6 de julho de 2010

PAIXÃO EXORCIZADA


PAIXÃO EXORCIZADA



Sentimentos inertes
Recolhimento
Verbo encarcerado
Letras de sangue
Cometa sem cauda
Estrelas sem luz
Céu sem luar
Paixão exorcizada



O perto é longe
Incertezas
Sul ao Norte
Norte ao Sul
Desnorteado caminho
Bússolas inúteis
Cortes
Alma penando de saudades
Sonho ingênuo
Fantasmas da falsidade
Ar deserto
Inodora sensação
Jaz no tempo
Sem tempo
Paixão Exorcizada



Lembrança magoada
Que o vento da morte, leva
Estradas errantes
Distantes
Os enterros sutis das ausências
Indiferenças
Coração febril
Grita sem voz
Suspiros agourentos
Tormentos
Da covardia, às fugas
Delírios de uma última loucura
Escura visão
Paixão exorcizada


Alma presa, sem pressa
Adormece empalhada
Enclausurada nas tristezas
Dos dias sem fim
Sem rastros
Das noites extensas,
indolentes insônias
Penitências da revelação
Sem rompimentos, tempo perdido
Paixão exorcizada



Um fio d’água a secar
Um sorriso riscado de navalha
Esperança desfeita
O espelho do destino, emudeceu
Reflexo incolor
Paixão exorcizada


Cáusticas recordações
Testamentos sem herdeiros
Tempestades abafadas
Insípidos sabores
Um nada sem perdão
Melancólica lágrima
Escorre no vazio do silêncio
De uma paixão exorcizada


“O AMOR È O ESTADO NO QUAL OS HOMENS TEM MAIS POSSIBILIDADES DE VER AS COISAS TAL COMO ELAS SÃO.”


NIETZSCHE

Imagem disponível Google

domingo, 4 de julho de 2010

PÁSSARO,PASSA. . . PASSARÁ


PÁSSARO,PASSA. . . PASSARÁ


Pássaros calados
Saudade com sabor de fel
Desacostumaram-se a esperança
Flores murchas, sem néctar
Corações abraçados pela misantropia
Mistérios não revelados
Infinita indiferença
Covardia
Papéis picados
Sonhos rasgados
Conclaves sórdidos
Cobertos pelos véus da ignorância
Lembranças vagas
Seguidas inconstâncias
Sentimentos revividos
Pobres pássaros, perdidos


Dança, pássaro sem rumo
A valsa da solidão
Danço contigo, no gélido ar
Ao som de tambores, sem ritmos
Giros paradoxais
Dilúvios de emoções
Sussurros desconexos
Protestos sem ecos
Amarga rebeldia
È o fim das cores da ilusão
Turvou-se a figura
Distorcidos reflexos
Retratos marcados
Cartas na mesa
Apenas a incerteza
Concílios impiedosos
Chuvas destruidoras
Medos
O recuo, nas batalhas


Pássaro, passa... passará
Flutua entre a fumaça,
do vento negro de três incensos
Subindo e descendo...
São flechas afiadas
Que machucam a alma
Aves feridas
Sangue vertendo
Caindo sem dó, na neve
Pássaros encolhidos
Falsa calmaria
Silencio angustiante
Gaiolas abertas
Asas atrofiadas
Cenários escuros
Viagens incertas
Pássaros adormecidos
Sem noção de tempo e espaço
Teatros sem expectadores
Peças incompletas
Fechado pelas cortinas,
de um destino sem jeito
Só resta aos pássaros
O agitado descanso,
na névoa do sono eterno.

                                                       Imagem disponível Google