segunda-feira, 19 de abril de 2010

BARCO SEM RUMO


BARCO SEM RUMO

Meu barco sem rumo
Navega por desertos mares
Carregando num baú, as cinzas
Da alma de um marinheiro
O verso morto...
Minha poesia grita no escuro
Invisível e distante
Feito criatura sem porto
Sem destino
Súbita paisagem, se apresenta
Repetindo-se mil vezes
Sem nunca se completar
Labirinto infinito de esperas
Barco desgastado, à deriva
Numa noite que não quer ir embora
Nas mãos de uma dor, sorrateira
A espreita , uma chuva de lágrimas
Meus ecos respondem:
Estou só
Completamente só
Distante do barulho da vida
Em profundo silêncio
Procurando inquieta
Meu poema inacabado
Anjo desbotado, sem asas
Perdido nos abissais
Não tenho respostas
Só um gosto de água salgada
E uma incerteza que sangra.

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