sexta-feira, 25 de junho de 2010

O TEMPO NÃO PARA


Cochila nas águas um segredo


Que a solidão precisa revelar


Porém, numa fração de segundos,


é calado pelo medo


Mundos diferentes


O tempo está com pressa


Deixamos a vida passar


E meu coração está sufocado,


é insuportável, a espera


contemplo com ansiedade, o céu,


me afogo com seu reflexo no mar


Saudosa daquele olhar que me deseja


Ecos respondem: amar, amar, amar


Queria dispor da força dos elefantes


Para quebrar essas portas,


e andar firme , cheia de certezas


mas só acontecem desencontros


chuvas de incertezas


O tempo desfaz de mim, a gargalhar


O tempo não para






Quero o anil, a essência, o cheiro de anis


Te saborear com meus olhos


Tecer tua geografia, em paz


Velada beleza


Busco o cristal que jaz


Tardes vazias


Ruas desertas, salas mortas


Aragem fria


Sensação tardia


Cercada de árvores tortas


Caos ancestral


Preciso, demais, do tempo


E o tempo não para






Lembranças gritam, desesperadas


Chamando teu nome


Centenas de vezes


Minha alma, em clausura


Quer novamente voar


Correr contra o tempo


Atrofia-lo sem dó


Ao longe, brilham tuas pupilas


Estrelas na escuridão


Meus devaneios, atados ,aos nós


Nossos pensamentos, se encontram


Ao cair da noite


Então me embriago em ti,


e todos os prazeres me servem à mente


ceia de farturas


O dia nasce, acanhado


Escadas ao contrário


Espelhos quebrados


Encontros desencontrados


E o tempo não para






As chances se perdem


Nos cemitérios da paixão


Pesos, dormência


Desânimo ancorando


Porque o tempo não para


E ainda quero a luz dos teus olhos


Para reviver e das cinzas renascer


Contudo, os relógios conspiram


Em desfavor


Fico quieta, a sofrer, a sonhar


E o tempo não para


Imagem disponível Google



“Longe dos túmulos famosos

Para um cemitério isolado,

Meu coração, tambor velado

Vai batendo tons dolorosos”

Charles Baudelaire



“Vens do céu profundo

ou sais do precipício...

...esse teu olhar

Divino e daninho”

Charles Baudelaire

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O tempo não para Taís, e é ele que nos ajuda na cura do desamor e nos traz esperanças de um novo amor...

    Bjs linda

    Mila Lopes

    PS: Tenho um novo espaço, faça-me uma visita, se gostar pode ficar, rs
    "Doce Grafar"
    http://docegrafar.blogspot.com/

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  3. Lindo demais Tais, suas poesias são sempre lindas e repletas de sentimentos.Tudo de bom pra você.

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