domingo, 4 de julho de 2010

PÁSSARO,PASSA. . . PASSARÁ


PÁSSARO,PASSA. . . PASSARÁ


Pássaros calados
Saudade com sabor de fel
Desacostumaram-se a esperança
Flores murchas, sem néctar
Corações abraçados pela misantropia
Mistérios não revelados
Infinita indiferença
Covardia
Papéis picados
Sonhos rasgados
Conclaves sórdidos
Cobertos pelos véus da ignorância
Lembranças vagas
Seguidas inconstâncias
Sentimentos revividos
Pobres pássaros, perdidos


Dança, pássaro sem rumo
A valsa da solidão
Danço contigo, no gélido ar
Ao som de tambores, sem ritmos
Giros paradoxais
Dilúvios de emoções
Sussurros desconexos
Protestos sem ecos
Amarga rebeldia
È o fim das cores da ilusão
Turvou-se a figura
Distorcidos reflexos
Retratos marcados
Cartas na mesa
Apenas a incerteza
Concílios impiedosos
Chuvas destruidoras
Medos
O recuo, nas batalhas


Pássaro, passa... passará
Flutua entre a fumaça,
do vento negro de três incensos
Subindo e descendo...
São flechas afiadas
Que machucam a alma
Aves feridas
Sangue vertendo
Caindo sem dó, na neve
Pássaros encolhidos
Falsa calmaria
Silencio angustiante
Gaiolas abertas
Asas atrofiadas
Cenários escuros
Viagens incertas
Pássaros adormecidos
Sem noção de tempo e espaço
Teatros sem expectadores
Peças incompletas
Fechado pelas cortinas,
de um destino sem jeito
Só resta aos pássaros
O agitado descanso,
na névoa do sono eterno.

                                                       Imagem disponível Google

Um comentário:

  1. Lindo poema em um grito abafado de alerta.
    Belíssimo!
    Parabéns e te sigo.
    Beijos de luz. Goretti

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