sexta-feira, 5 de março de 2010

ABSOLUTO SILÊNCIO




Absoluto silêncio

Sem fantasias

Pálpebras fechadas

Cessou o canto

Forte concentração

Perda do encanto

Tristeza oriunda da paixão

Páginas a serem viradas

Frágil coração

Pereceram as alegrias

Os dedos sobre o rosto

Escondem o desgosto

Absoluto silêncio

Nenhum vento,a soprar

Fios de cabelos dourados

Estáticos...

Gelo no mar

Nada a esperar

Só lembranças

Absoluto silêncio

Vazio sem fim

A dor da ferida invisível

Olhos fixos no nada

A escuridão da madrugada

Absoluto silêncio

Apenas a solidão

Razão do lamento

O fim da ilusão

A morte construída

Continua, a vida

Eterna frustração

A fuga, rima perdida

O breu do momento

Tremor violento

Absoluto silêncio

Não já réus para serem julgados

Tampouco há pecados,

a serem perdoados

Somente sentimentos sufocados

Um “porquê” agonizante

a ser crucificado

Sem razão para existir

Chave do momento: fugir

Absoluto silêncio

Olhos fechados,

a tentar entender

Face alva a fingir

o adormecer

O pesadelo do desagrado

O corpo a tremer...

Vem o desespero

Sujeito oculto, indecifrável...

Um vulto

Vôo instável

Precipício

Absoluto silêncio

Respiração ofegante

Ouvidos a escutar o som da noite

Que se arrasta a tropeçar nas horas

Querendo encontrar o dia...

Precisamos arrebentar o barbante

Neste triste instante...

Absoluto silêncio


Publicado no site: O Melhor da Web em 05/03/2010

Código do Texto: 51375

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